Na Mais Vívida quase sempre recebo contato de clientes que reclamam por não conseguir acompanhar as mudanças tecnológicas. Isso os deprime e os faz se sentirem excluídos.
No entanto, digo sempre a eles que até eu às vezes não acompanho. Tudo muda o tempo todo – e sem aviso prévio. Das ferramentas de marketing ao visual de uma página de uma rede social – o mundo digital é vivo, como o nosso corpo, e está sempre evoluindo.
Para completar, arrisco dizer que os especialistas em UX (User Experience ou experiência do usuário, em português) realmente não aprenderam a fazer design para os 65+ – que inclusive não se trata de uma faixa etária homogênea.
Mas, em se tratando de aprendizado, é importante sim reconhecer que vamos ficando mais lentos conforme envelhecemos. Porém, não perdemos a capacidade de aprender.
“Os cérebros das pessoas mais velhas não ficam mais fracos. Pelo contrário, eles simplesmente sabem mais” – afirmou o pesquisador Michael Ramscar, responsável pelo estudo publicado em 2014 pela publicação científica Journal of Topics in Cognitive Science.
“O cérebro humano funciona mais devagar com a idade, mas somente porque nós acumulamos mais informação com o passar do tempo”. Entenda aqui.
Para aprender é preciso sempre que quem vai auxiliar você nesta jornada seja paciente, estimule a sua tentativa (e não faça por você) e principalmente possa retomar este aprendizado de tempos em tempos, formando novas conexões no seu cérebro.
Mas por que devo aprender – se já estou velha para isso?
Existem benefícios não tão evidentes do aprendizado que poucos percebem – e que são extremamente importantes para a sua qualidade de vida. Não se trata apenas de exercitar o cérebro, estamos falando do empoderamento que sentimos depois que entendemos algo que estava nos desafiando.
Aquele “Eu sou capaz!” pode parecer uma sensação momentânea, mas ela vibra por muito mais tempo no seu Eu e pode beneficiar outras áreas da sua vida.
Listaria muitos outros benefícios de aprender que não apenas a informação nova que se adquire. Mas vou ficar com o mais amplo de todos: é preciso aprender para viver!
Viver as mudanças que acontecem todos os dias na timeline da sua vida.
Explico: timeline – ou linha do tempo – é o nome dado para aquela página principal do Facebook, onde aparecem a postagem de seus amigos, familiares e todos que estão conectados a você através da rede.
Por que deixar o mundo nos engolir bem agora que chegamos à fase final do jogo?
É como se tivéssemos lutado contra todos os dragões e na hora da batalha final – que seria com o “dragão mor” – jogássemos a toalha e desperdiçássemos todas as vidas acumuladas até aqui.
“Ah mas eu tô velho… cansado…” Atenção: esta desmotivação pode ser algo muito maior. Vale a pena investigar, para não deixar a depressão pegar você.
Existem medicamentos que tratam aquele desânimo persistente e a falta de levantar da cama todos os dias. É verdade – nós damos um empurrão a mais com nossos anjos que vão te visitar uma vez por semana, com hora marcada.
Mas vale, se preciso, procurar um Psquiatra.
Se ainda assim você achar que não tem idade mais para isso, vale conhecer a Dona Augusta, nossa cliente mais velha e que atualmente está aprendendo a mexer no seu novo aparelho celular com a anjo Sophia – em aulas de uma hora e meia toda semana.
O bem-estar também é parte da missão da Mais Vívida: aprender para viver bem e mais feliz, aprender a ser parte deste mundo novo. Afinal, quem não quer?
Para aqueles que quiserem se aprofundar no assunto neurociência aplicada ao processo de aprendizagem, achei interessante esse artigo da Nova Escola: que avalia a visão de diferentes pensadores e teorias sobre como aprendemos.